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Mostrando postagens de novembro, 2021

A EFICÁCIA DA PSICANÁLISE

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               Por meio de metanálise, “os pesquisadores Falk Leichsenring, professor de psicossomática e psicoterapia da Universidade de Giessen, e Steven Rabung, professor de psicologia médica da Universidade de Hamburgo-Eppendorf, conduziram estudo sobre a eficácia da psicanálise.”  A metanálise, ao empregar avançados métodos estatísticos, “permite equalizar estudos individuais de diferentes tipos, formando assim uma idéia de consenso.” As metafontes foram mais de mil de estudos clínicos, entre 1960 e 2008, com mais de 50 sessões ou mais de um ano.  Os pesquisadores também elaboraram uma definição de psicanálise para diferenciá-la de todas as outras formas de terapia, para termos de estudos e comparações, psicanálise ficou assim definida: “(...) uma terapia que envolve cuidado atento para a interação entre paciente e terapeuta, com interpretações pensadas no tempo, na transferência e na resistência, implicando apreciação sofist...

O SUPEREGO COMO PARTE DO PROBLEMA (Por Francisco Daudt)

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Por Francisco Daudt “Você acha que acrescentou alguma coisa às teorias psicanalíticas que já existem?” FD: Creio que sim. Espero ser refutado, que alguém venha me mostrar artigos em que minha hipótese já tenha sido descrita. Mas, como em 45 anos de psicanálise clínica nunca li ou ouvi nada de parecido, tenho a impressão de que, sim, é algo novo. Não apenas novo, mas crucial no jeito de se entenderem as doenças psíquicas e na maneira de se criar uma estratégia de tratamento delas. Trata-se de uma nova maneira de ver o Superego. Há uma crença antiga, seja no senso comum, seja na psicanálise, de que o Superego é necessário para a ética, para os processos civilizatórios do indivíduo, para ele ser correto, para eliminação de suas doenças psíquicas e de seus vícios. “Quem não tem Superego é psicopata, é serial killer, é preciso sentir culpa para se andar na linha!”, seria o resumo desse pensamento, dessa crença. Para questioná-lo, é preciso entender o que ele é e como funciona. O Superego é ...

O JOGO DOS ESPELHOS (MIDE VI): identificação

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  “Máscaras”, 1938, Lasar Segall, óleo sobre tela. Foto: Reprodução Por Wagner Chagas de Menezes Nem toda identificação pode ser considerada um Mecanismo Ineficaz de Defesa do Ego (MIDE).  Há uma forma saudável de identificação que faz parte da construção da personalidade e do caráter do sujeito.  Trata-se daquela em que os valores da civilização e os padrões de comportamentos socialmente aceitos foram assimilados pelo superego das crianças por meio da identificação com os mesmos padrões nos pais.  Neste processo, o ego evolui sem solavancos; sem uma diferenciação muito extrema entre o ego e o superego.  Isto é mais comum quando o sujeito tem um ideal de ego, um modelo equilibrado com o qual se identifica.   Contudo existem formas mórbidas de desenvolvimento da identificação como mais um Mecanismo Ineficaz de Defesa do Ego.  Em todas estas formas, um superego muito investido passa a ser sentido como um corpo estranho no interior da personalidade d...

MECANISMOS INEFICAZES DE DEFESA DO EGO V: fixação, o parceirão da regressão

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  Por Wagner Chagas de Menezes - Psicanalista e Historiador           A fixação como MIDE (Mecanismo Ineficaz de Defesa do Ego) funciona como um complemento da regressão.  Como mecanismos “parceiros”, a fixação precisa da regressão para ser desentocada.  Para Freud, toda neurose implicaria numa fixação, mas nem toda fixação levaria à neurose.             Sinteticamente, a fixação visa defender o ego, mantendo cristalizadas e  enquistadas as fantasias, sentimentos ou condutas relativas a uma determinada época do desenvolvimento psicossexual.             O sujeito adulto, fixado em alguma fase do seu desenvolvimento primário, quando ameaçado, protege-se regredindo à fase em que está fixado.  Isso ocorre por ter sido ela uma zona de conforto no seu tempo mas que, geralmente por pressões e condicionamentos culturais, o sujei...