MÃE É UMA SÓ? E SE FOSSEM DUAS?

Por Wagner Menezes - Psicanalista e Historiador Para a Psicanálise a mãe é algo central. Não existe vida sem uma mãe e ela estará na raiz de todos os dramas futuros de cada ser humano que viveu, vive e ainda viverá. Para a Psicanálise, a “figura objetal materna” possui grande importância. Ela de fato é ou foi o objeto de amor de cada sujeito. Ela não se confunde com a mãe biológica; elas nem sempre são as mesmas pessoas. A figura materna é poderosa desde a mais remota antiguidade. No antigo Egito a mãe era representada pela imagem de um abutre. A veneração por uma deusa-mãe era endereçada a deusa "Mut" (mut significa mãe). Trata-se de uma mulher com uma ou mais cabeças, sendo uma delas obrigatoriamente de abutre. Mas havia outras representações, como aquela que associa a deusa Nekheb com a imagem de um abutre de asas abertas a proteger seu preferido, o faraó. Não era uma deusa popular. Contudo, durante o Império Novo (c. 1550 a...